
Em 2023, Elon Musk prometeu que a sua Cybertruck seria um sucesso estrondoso, com uma produção anual entre 250.000 e 500.000 unidades assim que a Tesla atingisse o ritmo de cruzeiro. No entanto, mais de dois anos depois, a realidade está muito longe do prometido, naquele que é mais um caso de expetativas exageradas por parte do CEO da Tesla. A pick-up futurista tem tido um desempenho de vendas desapontante, não chegando sequer às 20.000 unidades vendidas este ano.
Para tentar maquilhar estes números, Musk recorreu a uma estratégia criativa: começou a vender o inventário não vendido do Cybertruck às suas próprias empresas. Como avança o Electrek, a SpaceX já recebeu centenas de unidades e espera-se que adquira milhares. Foram também vistos camiões a entregar a pick-up nos escritórios da xAI, a startup de inteligência artificial de Musk. É uma admissão embaraçosa de que o projeto, outrora um dos mais acarinhados pelo empresário, se transformou num desastre comercial.
Os números não mentem
Os dados pintam um quadro preocupante para o negócio principal da Tesla. A empresa vendeu apenas 5.385 Cybertrucks no terceiro trimestre de 2025, o que representa uma queda abrupta de 63% em comparação com o mesmo período do ano passado. No total, foram vendidas apenas 16.000 unidades ao longo deste ano.
Para além de estar intimamente associada ao comportamento e comentários controversos de Musk, a Cybertruck já foi alvo de oito recolhas devido a problemas de design, alguns deles bastante graves. O veículo tem sido criticado por ter uma autonomia inferior à esperada, especialmente considerando o seu preço elevado. Adicionalmente, o valor de revenda tem vindo a cair a pique, tornando-a um mau investimento a longo prazo.
O fim do crédito fiscal e um futuro incerto
Apesar de os resultados do terceiro trimestre não terem sido tão negativos como os analistas previam — o fim do crédito fiscal de 7.500 dólares para veículos elétricos levou muitos consumidores a apressarem a compra no último minuto — a Tesla poderá enfrentar mais dificuldades no final do quarto trimestre. O crédito fiscal federal expirou a 30 de setembro, como parte da legislação do presidente Donald Trump, o que poderá penalizar ainda mais os números de vendas, que já se encontravam em queda acentuada.
Resta imaginar quão piores seriam estes números se o próprio Elon Musk não estivesse a comprar uma parte significativa da produção para si mesmo. O cenário não parece promissor, mesmo para uma empresa que parece ter desistido dos veículos elétricos para se focar em robôs humanoides e inteligência artificial.











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