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Nvidia com bandeira da china em smartphone

 

A Nvidia, a gigante dos processadores gráficos que tem sido o principal motor da revolução da Inteligência Artificial, viu a sua presença num dos maiores mercados tecnológicos do mundo desaparecer por completo. Numa declaração surpreendente, o CEO Jensen Huang confirmou que a quota de mercado da empresa na China caiu de 95% para uns redondos 0%, um resultado direto das sanções impostas pelo governo dos EUA.

 

"Neste momento, estamos 100% fora da China, e por isso a China representa zero por cento [das nossas receitas]", afirmou Huang numa entrevista à Citadel Securities. "Passámos de 95% de quota de mercado para zero, e não consigo imaginar que qualquer legislador pense que isso é uma boa ideia", acrescentou, criticando o impacto das políticas americanas que levaram à perda de um dos maiores mercados do mundo.

 

O percurso de uma quebra anunciada

 

A queda abrupta da Nvidia começou em 2022, quando os EUA proibiram a venda de chips de IA avançados, como os modelos A100 e H100, a empresas chinesas. A justificação oficial era impedir a sua utilização para fins militares, embora muitos analistas defendessem que o objetivo principal era manter o domínio americano na indústria da tecnologia.

 

As regras foram sendo apertadas ao longo do tempo para fechar lacunas. Em 2024, foi noticiado que várias entidades na China ainda conseguiam aceder aos processadores proibidos através da compra de hardware de servidor de empresas como a Dell. Em janeiro de 2025, o governo dos EUA impôs controlos de exportação ainda mais rigorosos, culminando na situação atual.

 

O efeito contrário: China acelera na IA

 

Contrariamente ao esperado, as restrições não travaram o avanço tecnológico chinês. Pelo contrário, serviram como um catalisador. Empresas como a DeepSeek, Baidu e Alibaba intensificaram o desenvolvimento dos seus próprios modelos de IA de topo. O impacto foi tão significativo que, segundo a Bloomberg, a Nvidia chegou a perder 600 mil milhões de dólares (cerca de 552 mil milhões de euros) em valor de mercado, na maior quebra da história.

 

O próprio CEO da Nvidia já tinha admitido as falhas desta estratégia. Num fórum tecnológico em março, Huang afirmou que "o controlo de exportações foi um fracasso", explicando que as medidas apenas incentivaram a China a acelerar o seu desenvolvimento e a tornar-se um polo com mais de 50% do talento global em investigação de IA.

 

Uma reviravolta inesperada na política dos EUA

 

Nos últimos meses, o cenário começou a mudar. Em maio, surgiram notícias de que a Nvidia estaria a desenvolver novos chips que poderiam ser vendidos à China sem violar as sanções.

 

No entanto, a solução mais surpreendente chegou em agosto. O governo dos EUA propôs um novo acordo, oferecendo licenças de exportação à Nvidia e à AMD que lhes permitem vender os seus chips de IA para a China, em troca de uma comissão de 15% sobre as receitas geradas. Esta medida poderá reabrir as portas do mercado chinês e alterar novamente o panorama da indústria global de semicondutores.




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