
A Sony acaba de partilhar um vídeo que promete agitar o mundo dos videojogos, revelando pormenores sobre o futuro da PlayStation e das próximas placas gráficas da AMD. Numa conversa de quase nove minutos, Mark Cerny, o arquiteto principal da PlayStation 4 e PS5, e Jack Huynh, vice-presidente sénior da AMD, discutem uma série de tecnologias inovadoras sob o nome de código "Projeto Amethyst".
Segundo Cerny, estas tecnologias "apenas existem em simulações" por enquanto, mas o seu objetivo é claro: tornar a próxima PlayStation significativamente mais poderosa em ray tracing, upscaling e outras técnicas de renderização baseadas em machine learning. A conversa completa pode ser vista no vídeo disponibilizado pela Sony.
O fim da força bruta no ray tracing
Quem acompanha o mercado de hardware sabe que as placas gráficas da AMD têm tido, historicamente, um calcanhar de Aquiles no desempenho em ray tracing quando comparadas com as rivais da NVIDIA. A própria AMD admite agora que a sua abordagem anterior, focada em superar a concorrência através da pura potência de rasterização, já não é viável para os jogos modernos. "Tentar forçar [o ray-tracing] apenas com potência bruta não escala", afirmou Huynh.
A solução da AMD passa por uma arquitetura completamente nova, que assenta em duas inovações de hardware: os Neural Arrays e os Radiance Cores.
Neural Arrays: a união faz a força na IA
Nas GPUs mais antigas da AMD, as unidades de computação foram desenhadas para trabalhar de forma independente. Embora esta abordagem tenha funcionado durante muito tempo, nos jogos atuais — que dependem de técnicas de upscaling dispendiosas como o FSR e o PSSR da Sony para garantir framerates jogáveis em altas resoluções — pode levar a ineficiências.
Os Neural Arrays vêm resolver este problema, criando uma forma de as unidades de computação trabalharem em conjunto e partilharem dados entre si. Huynh explica que, em vez de cada unidade trabalhar isoladamente, o sistema permite processar "uma grande porção" do ecrã de uma só vez. Na prática, isto deverá traduzir-se num "nível completamente novo de desempenho em machine learning", resultando num upscaling mais rápido e de maior qualidade, bem como numa melhor regeneração de raios, uma técnica que a NVIDIA já utiliza para melhorar os efeitos de ray tracing e o desempenho.
Radiance Cores: uma resposta direta à NVIDIA
Quanto aos Radiance Cores, parece que a AMD está a ir buscar inspiração à sua rival direta. As placas RTX da NVIDIA contam com "RT Cores" dedicados para acelerar os cálculos necessários para simular raios de luz em tempo real. De forma semelhante, Huynh descreve os Radiance Cores como um bloco de hardware totalmente novo, projetado especificamente para lidar com ray e path tracing. "É uma abordagem de renderização completamente nova para a AMD", acrescentou.
Como bónus, ao assumir esta tarefa, os Radiance Cores libertam outras partes da GPU para processar shaders e texturas mais rapidamente, o que resultará em ganhos de eficiência adicionais.
Universal Compression: mais eficiência, menos recursos
Por fim, as duas empresas estão a desenvolver um novo software chamado Universal Compression. Esta tecnologia baseia-se na técnica de compressão de cor já existente na PS5 e PS5 Pro. A ideia é permitir que a futura consola da Sony comprima tudo o que passa pelo seu pipeline gráfico, reduzindo a largura de banda de memória necessária pela GPU e, potencialmente, diminuindo o seu consumo de energia.
Apesar de Cerny sublinhar que "ainda é cedo" para todas estas tecnologias, é reconfortante saber que a Sony e a AMD estão a planear o futuro com foco no desempenho de ray tracing e upscaling. Técnicas como a iluminação global com ray tracing podem transformar completamente o aspeto visual de um jogo, tornando a experiência mais imersiva. Se estas tecnologias se tornarem menos exigentes em termos de recursos, todos os jogadores sairão a ganhar.











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