Não há nada como a vontade de construir algo apenas para ver se é possível. Num mundo dominado pelo armazenamento na nuvem e SSDs ultrarrápidos, um YouTuber conhecido como polymatt decidiu viajar no tempo e criar uma disquete e o respetivo leitor a partir do zero. O resultado é um tributo impressionante à engenharia e à tecnologia de outrora.
O que é uma disquete? O ícone de ‘guardar’ explica
Para os leitores mais novos que talvez nunca tenham manuseado uma, a disquete era o meio de armazenamento de dados por excelência antes dos CDs e das pens USB. Consiste num disco flexível de poliéster com uma camada magnética, protegido por um invólucro de plástico. Quando inserido num leitor, uma cabeça magnética lê ou escreve os dados. Se alguma vez se perguntou porque é que o ícone de 'Guardar' na maioria dos programas tem aquele aspeto, a resposta está precisamente na forma de uma disquete.
Um projeto de engenharia feito na garagem
Para dar vida a este projeto, polymatt teve de recriar cada componente. Recorreu a software como o Shapr3D e o MakeraCAM para medir e recriar o invólucro e outras peças, que foram depois cortadas em alumínio numa máquina CNC Carvera Air.
O próprio disco magnético, o coração da disquete, foi fabricado através do corte a laser de uma película de PET, posteriormente revestida com uma suspensão de pó de óxido de ferro. Depois de montar todos os componentes e ultrapassar alguns momentos de incerteza, conseguiu magnetizar a disquete e até escrever dados nela, ainda que de forma muito básica.
O lento funeral de uma tecnologia icónica
A disquete foi declarada "morta" em 2010, mas o seu abandono tem sido surpreendentemente lento. O governo japonês só disse adeus às disquetes em 2024, e a marinha alemã fez o mesmo no mesmo ano. Mais impressionante ainda, o governo dos EUA só em 2019 deixou de usar disquetes de 8 polegadas para coordenar o lançamento de armas nucleares.
O projeto de polymatt é um mergulho fascinante na nostalgia tecnológica e na capacidade de engenharia, provando que mesmo a tecnologia mais antiga pode ser uma fonte de inspiração. Quem sabe se o próximo desafio não será criar um CD a partir do zero.
Nenhum comentário
Seja o primeiro!