Com o fim de vida do Windows 10 a aproximar-se em poucos meses, a Microsoft tem intensificado os esforços para que a transição para o Windows 11 seja a mais abrangente possível. No entanto, a popularidade do sistema operativo mais antigo continua a ser um fator com o qual a empresa tem de lidar, oferecendo opções pagas para quem insiste em não atualizar.
Foi neste contexto que uma recente controvérsia abalou o mundo da tecnologia, sugerindo uma quebra massiva na base de utilizadores do Windows.
O erro que fez desaparecer 400 milhões de utilizadores
A polémica começou quando o site ZDNet notou um detalhe invulgar numa publicação no blogue oficial da Microsoft. No parágrafo de abertura, a empresa de Redmond afirmava que "o Windows é o sistema operativo mais utilizado, potenciando mais de mil milhões de dispositivos ativos mensais".
Apesar de parecer um número impressionante, os leitores mais atentos rapidamente perceberam que este valor representava uma queda significativa face aos 1.4 mil milhões de clientes ativos que a Microsoft anunciou em 2022, e aos 1.3 mil milhões de 2021.
A implicação era clara: ou se tratava de um simples arredondamento, ou a Microsoft tinha perdido, no mínimo, 400 milhões de utilizadores ativos nos últimos três anos. Esta última possibilidade tornou-se a manchete de vários meios de comunicação, uma vez que a própria Microsoft já não ostentava o número de 1.4 mil milhões, o que dava credibilidade à teoria da quebra acentuada.
A correção silenciosa da Microsoft
Perante o alarme gerado, a Microsoft decidiu pôr fim aos rumores, mas fê-lo de uma forma subtil e algo misteriosa. A empresa atualizou discretamente a publicação original no seu blogue, alterando o problemático texto "mais de mil milhões" para "mais de 1.4 mil milhões". Uma nota do editor, no final do artigo, reconhece a modificação.
Esta correção confirma que o Windows não perdeu centenas de milhões de clientes após o lançamento do Windows 11. No entanto, expõe outra realidade: o número de utilizadores estagnou.
Estagnação em vez de quebra?
O facto de a base de utilizadores se manter estagnada há um longo período pode ter várias explicações. Entre as mais prováveis estão a receção morna ao Windows 11 por parte do público em geral e a integração do Copilot, que ainda não parece ter conquistado uma adesão massiva.
A situação lamentável é a dificuldade em obter dados estatísticos fiáveis e rápidos. Antigamente, a Microsoft partilhava regularmente informações e factos curiosos no seu site "Microsoft by the Numbers". Contudo, esse portal foi descontinuado e redireciona agora para a página de notícias da empresa. Isto significa que a imprensa e os consumidores dependem de notas de rodapé em publicações de blogues ou cartas a acionistas para decifrar o estado atual do Windows e de outros produtos da gigante tecnológica.
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