
O mercado de jogos para PC acaba de sofrer uma mudança sísmica com o anúncio de que a GOG.com, a popular loja digital conhecida pela sua política contra a gestão de direitos digitais (DRM), vai separar-se da sua empresa-mãe, a CD Projekt. A plataforma regressa agora a uma gestão independente, tendo sido adquirida pelo seu cofundador original, Michał Kiciński.
A operação envolveu um investimento de 25,2 milhões de dólares (cerca de 24 milhões de euros), garantindo que a loja e a plataforma GOG GALAXY voltam a estar sob propriedade privada e independente, conforme detalhado no blog oficial da GOG.
Independência e a promessa do “sem DRM”
Para os utilizadores habituais da plataforma, que se posiciona frequentemente como uma alternativa ética à Steam, a grande questão prende-se com o impacto nas suas bibliotecas de jogos. A empresa foi rápida a assegurar que a filosofia "DRM-free" permanece intocável.
Os jogadores manterão acesso total às suas bibliotecas atuais, incluindo a possibilidade de descarregar instaladores offline para salvaguarda pessoal. Além disso, a utilização do cliente GOG Galaxy continuará a ser totalmente opcional, não sendo obrigatória para jogar ou instalar os títulos comprados. A empresa garantiu ainda que os dados das contas de utilizador permanecerão sob a alçada da GOG durante esta transição.
Esta separação é vista como uma manobra estratégica para proteger os princípios fundamentais da loja contra eventuais pressões futuras de acionistas da CD Projekt, permitindo à GOG focar-se na sua missão de nicho sem as exigências de uma grande corporação cotada em bolsa.
Futuro e preservação de jogos clássicos
Apesar da separação administrativa, as pontes não foram queimadas. A GOG planeia manter uma relação próxima com a CD Projekt Red, o que significa que os grandes sucessos do estúdio, como a saga The Witcher e Cyberpunk 2077, continuarão a ser vendidos na plataforma, juntamente com futuros lançamentos.
Um dos pilares desta nova fase independente será o reforço da preservação de videojogos. A GOG confirmou que o financiamento proveniente dos patronos e do Programa de Preservação ficará retido na empresa para apoiar iniciativas de maior escala planeadas para 2026 e 2027.
A empresa promete revelar mais detalhes sobre estes planos no decorrer de 2026, mas adiantou já que o foco estará em novas iniciativas comunitárias e num apoio continuado aos estúdios independentes (indies) e à recuperação de clássicos com espírito retro. Com esta mudança, a GOG procura reafirmar a sua identidade única num mercado cada vez mais dominado por subscrições e ecossistemas fechados.










Nenhum comentário
Seja o primeiro!